Pela vida, pelo caminho feito, pelo testemunho da Palavra: elevamos à Deus um canto de louvor pela vida de Dom Sebastião Armando e Madalena Soares

Em 19/05/2024, a casa foi pequena. Pela manhã os pássaros cantavam as maravilhas do Senhor – como num belíssimo salmo gregoriano e no céu se anuncia torrencial chuvas pela tarde. Era domingo da alegria de Pentecostes e da grande Confraternização do Diálogo Ecumênico. A vida em sua seiva se renova perfazendo o seu ciclo divinal. É momento de festa, de celebração, pois logo chegará a grande festa da colheita, da fartura e cá, estamos nós, ex-alunos do ITER, amigos/as da Caminhada, o povo do CEBI, familiares, peregrinos e amantes da Palavra… aqui estamos, vinhemos à Casa da Esperança, lar de Sebastião e Madalena. Alegres e saudosos celebramos os 79 anos do DOM da Palavra e seus 50 anos de Casados. Com Sebastião e Madalena entoamos o cântico de louvor a Deus pela vida, pelo amor e juntos celebramos o que há de mais sublime na Existência: amar e ser amado, tal como se dá no seio da divina Trindade. E embebidos desse amor compartilhamos os testemunhos dos companheiros/as que ao longo dos anos na caminhada de algum modo foram iluminados/as pela vida deste casal que em suas vidas se deixaram moldar pela Palavra na Vida. E nós do CEBI AGRESTE aí presente, compartilhamos dessa alegria ao lado do Mestre. Segue, lindos testemunhos…

 

De: João Luiz Correia Júnior:

Sobre Sebastião Armando, teria saudosas memórias a partilhar. Uma delas, foi dos tempos bons das aulas de Bíblia no Instituto de teologia do Recife, ITER. Quanta sabedoria aprendida! Ao longo do tempo, sempre estivemos ligados à seiva preciosa dos estudos bíblicos. Até costumo dizer que muito do aprendizado que tenho da Bíblia devo à formação que recebi dele. A partir dessa formação, surgiu a parceria intelectual, por meio da qual escrevermos juntos três livros: pelas Paulinas, “A Espiritualidade de Jesus”; pelo CEBI, “Roteiro para Analisar Textos da Bíblia”; pela Fonte Editorial, “Marcos: comentário bíblico latino-americano”. Lembro, com muito carinho, que Sebastião foi várias vezes à minha residência para trabalharmos nesses escritos. Ele sempre trazia valiosas contribuições para incorporarmos a cada um desses textos. Claro que, no final, esses livros ganharam qualidade, sendo apreciados e reconhecidos até hoje por seu valor acadêmico e pastoral, na área dos estudos bíblicos. Fica a sensação em mim de que tudo que ele toca ganha sabor especial, vira algo profundo que nos orgulha e nos dignifica. É uma honra manter a amizade de tantos anos com Sebastião, Madalena e toda família.

Parabéns ao casal pelas Bodas de Ouro.

Parabéns, Sebastião, pelos 79 anos de testemunho cristão.

Você, tal como Dom Helder, é um DOM em nossas vidas.

João Luiz

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De: Pastor Kinno Cerqueira:

Tempos sombrios amantavam os olhos de quem se sentia atravessado por uma misteriosa fragrância de libertação. Falo de mim: jovem, seminarista, sonhador e desejoso de encontrar um caminho alternativo às lúgubres veredas do fundamentalismo eclesial e teológico. A minha procura levou-me ao CEBI – Centro de Estudos Bíblicos –, cuja porta de entrada foi um curso de formação de assessores em leitura popular da Bíblia. Ali, encontrei-me com gente que, como eu, buscava a libertação, quiçá uma possibilidade de sobrevivência no “deserto eclesial”, presságio do golpe político de 2016 e da elevação do fascismo pelas urnas. Minh’alma sedenta via-se à iminência de esfacelar-se ante tão longa e malograda procura por águas. Foi então que, naquele encontro promovido pelo CEBI, conheci Dom Sebastião Armando Gameleira Soares. Seus cabelos grisalhos, olhar profundo, porte esguio, voz mansa-firme e mãos borboleteantes formavam uma espécie de abóbada poética sob a qual a nudez espiritual, longe de ser um despudor, figurava como exigência fundamental do Evangelho. Dom Sebastião refletia conosco sobre o livro do profeta Amós. A cada segundo, tornava-se mais claro para mim que as palavras daquele livro eram tão suas como de Amós, pois habitavam seu corpo, musicavam sua voz, conduziam o seu olhar, ritmavam seus passos, batiam no seu coração. Ao fim daquele encontro, conversamos reservadamente. Contei-lhe de minhas buscas, de meus itinerários espirituais, da voz que me chamava desde dentro para ir além. De sua parte, ouvi poucas palavras, mas suficientemente fortes para levá-las comigo ad aeternum. Uma delas, intuição que me tem guiado desde então: “A Bíblia é uma escola de liberdade”. Desde então, aproximamo-nos cada vez mais. Hoje, alguns anos após nosso primeiro encontro, sinto-o como pai no sentido pleno da palavra. Minha liberdade carrega o sinal de sua mística, o calor de seu abraço, a profundidade de seu olhar, a ousadia de seu espírito.

Hoje, por ocasião de seu septuagésimo nono aniversário, canto e danço de alegria pela vida de Dom Sebastião, Flor no meu deserto.

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