Escola Bíblica contextualiza problemas da cidade e do campo narrados na Bíblia com desafios no Semiárido

Com o tema: “Problemas emergentes na vida no campo e nas cidades da Bíblia e no Semiárido”, o quarto encontro presencial da “Escola Bíblica: Vidas Desabrocham no Semiárido” promoveu a discussão de passagens bíblicas de dois profetas do Antigo Testamento. O profeta Amós, um criador de cabras e ovelhas e beneficiador de figos, que saiu do fundo de pasto de Judá para a cidade de Samaria, onde denunciava a praga de gafanhotos, as queimadas no campo, a exploração do povo pela elite na periferia e o aproveitamento da religião para justificar esta situação.

Outro estudo aconteceu em grupos e refletiu as palavras do profeta Joel, que vivia num tempo de mudança semelhante à realidade dos tempos atuais. Segundo o profeta, devemos enfrentar os desafios ambientais, sociais e políticos não com medidas superficiais: “Rasguem o seu coração e não as roupas! Reúnam o povo, organizem a comunidade, chamem os velhos, reúnam os jovens e crianças e ministros de Javé”. Os/as participantes refletiram ainda a resposta de Deus para esta convocação: “Assim derramarei o meu espírito sobre todos os viventes, e os filhos e filhas de vocês se tornarão profetas; entre vocês, os velhos terão sonhos e os jovens terão visões!”Zezinho de Mindu, um dos participantes destaca que “[…] é lindo compreender a promessa de Deus: Derramarei o meu espírito sobre todos os viventes. Neste dia, as montanhas gotejarão vinho novo, das colinas escorregará leite, e a água correrá em todos os riachos do semiárido de Judá e do Nordeste Brasileiro”. Zezinho é integrante do Recanto Madre Paulina, em Petrolina, PE, local onde

aconteceu o encontro, no último domingo (21.08.2022).

“Pra gente é muito gratificante estar participando da Escola Bíblica, porque nos ensina, aguça o nosso conhecimento em relação ao uso da bíblia no Semiárido e vários temas que contextualizam a nossa vivência enquanto comunidade”, enfatiza Alessandro Tuxi, de Abaré-BA. O jovem indígena destaca ainda a importância da formação para o fortalecimento das organizações que participam do encontro e reforça a pluralidade e o respeito às diferenças. “A Escola é dinâmica e inter-religiosa, em aceitar todas as culturas na sua participação e composição. Torcer para os próximos [encontros] que virão, trazer mais pessoas, engajar mais pessoas nesta luta, porque é uma luta coletiva”.

As/os participantes finalizaram o encontro com gratidão por mais este momento de oração e encorajamento para o compromisso com a luta junto às suas comunidades. A celebração do Toré, com o povo Tuxi, marcou o encerramento das atividades.

A “Escola Bíblica: Vidas Desabrocham no Semiárido” é uma promoção inter-religiosa que conta com o apoio das seguintes entidades: Associação Espírita e de Cultos Afro-brasileiros – Terreiro do Pai Jorge, Movimento Fé e Vida (Igreja Católica Romana); Associação de Missionários e Missionárias do Nordeste (AMINE); Irmãs Carmelitas da Divina Providência; Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI); Comunidade Indígena Povo Tuxi, Abaré-BA; Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA); Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB); Recanto Madre Paulina; Associação dos Fibromiálgicos do Vale do São Francisco (AFIBROVASF); Missionsstelle da Diocese Linz; Áustria e egressos/as da Escola Bíblica José Comblin.

Texto: João Gnadlinger e Adriana Nascimento, IRPAA

Fotos: Escola Bíblica: Vidas Desabrocham no Semiárido

Edição: Eixo Educação e Comunicação, IRPAA

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