VI Seminário de Discurso Religioso e Violência Contra a Mulher e II Encontrão De Mulheres Cristãs Pelo Direito à Vida

Por: Silvia Sousa

Nesta última quinta-feira (05/11), teve início o VI Seminário de Discurso Religioso e Violência Contra Mulher e II Encontrão De Mulheres Cristãs Pelo Direito à Vida Plena, realizado pelo Coletivo Vozes Marias em parceria com o Centro de Estudos Bíblicos-CEBI e Diaconia, veiculado pela plataforma Zoom, com retransmissão ao vivo pelo Facebook do Coletivo.
O evento teve inicio às 19 horas com a recepção às convidadas feita pelas representantes do Coletivo Vozes Marias (Nathalia Teixeira), Diaconia (Camila Rago) e CEBI (Mary Ruth). As representantes ressaltaram a importância do evento para o fortalecimento da luta das mulheres e como a caminhada em rede torna mais leve e criativo o processo libertário das mulheres.
O tema de abertura do Seminário foi Política terrivelmente “cristã” e a violência contra a Mulher. A Pra. Romi Márcia Bencke – secretária geral do CONIC e integrante da coordenação do Fórum Ecumênico ACT Brasil, abordou o tema a partir do texto bíblico que consta no livro de Números, capítulo 25, onde um casal é morto por trazer “a praga” para a aldeia. A “praga” segunda Romi pode ser entendido como diálogo cultural. A partir deste exemplo, a Pastora foi conduzindo uma análise do contexto econômico, político e social deste os tempos bíblicos até hoje, denunciando a instrumentalização da religiosidade e da fé feita pelos poderes econômicos e políticos até nossos dias.
Em seguida a Dra. Valéria Vilhena – Teóloga e Pedagoga. Doutorado pelo Programa Interdisciplinar em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM-SP) e fundadora da EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero, deu continuidade a reflexão, denunciando a hipocrisia de um pseudocristianismo que utiliza verbas públicas para implementar ações “religiosas” que não resolvem os problemas da sociedade brasileira, negam a laicidade do estado e os direitos humanos para os grupos e categorias que não estão sob o guarda-chuva daqueles que estão no poder.
Foi uma noite de sororidade, resistência e sopro da Ruah* Divina. O evento que segue até domingo, tem 100 mulheres inscritas para participação direta e em apenas uma noite, obteve o alcance superior a 800 pessoas pelo facebook.

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* Ao invés de Espírito Santo, utilizamos o termo original hebraico, que é Ruah, por originalmente ser uma palavra feminina. Na tradução para nossa língua, a palavra escolhida foi usada no seu significado masculino. Desta forma, nos somamos a teólogas feministas que reivindicam a feminilidade de Deus, encoberta, durante muito tempo.

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